quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O tal tempo em que você tanto falava


Um dia você vai estar sozinho, vai fichar os olhos e tudo está negro.

Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum pra discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não há ninguém solidário o bastante pra sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar. Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderam do chão, você vai lembrar-se da minha ternura e do meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação como você e só vão ter algumas músicas repetindo no seu rádio: as nossas.

Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte pra ter o nosso mundinho delicioso de novo, o nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre. E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até eu nem queira mais te atender.

E se você bater na minha porta ela estará muito bem trancada, se aberta, mostrará uma casa vazia. Seus olhos te ensinarão o que é lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjôo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza.

Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhas com meus olhos encantados... Você encontrará a famosa solidão. A partir daí o que acontecerá, chama-se surpresa. E provavelmente o remédio para toas essas sensações acima...

..é o tal do tempo em que você tanto falava



A pedidos ai está o texto!

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